Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão
(O cio da terra)
Negro refletor
Flores de organdi
E o grito do homem voador
Ao cair em si
(O circo místico)
Dorme meu pai, sem cuidado.
Dorme que ao entardecer
Teu filho sonha acordado
Com o filho que ele quer ter...
(O filho que eu quero ter)
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz
(O meu amor)
E mesmo o Padre Eterno que nunca foi lá
Olhando aquele inferno vai abençoar
O que não tem governo nem nunca terá
(O que será)
Não chore ainda não, que eu tenho a impressão
Que o samba vem aí
É um samba tão imenso que eu às vezes penso
Que o próprio tempo vai parar pra ouvir
(Olê, olá)
Olhos nos olhos,
Quero ver o que você diz.
Quero ver como suporta me ver tão feliz.
(Olhos nos olhos)
Deus me fez um cara fraco, desdentado e feio
Pele e osso simplesmente, quase sem recheio
Mas se alguém me desafia e bota a mãe no meio
Dou pernada a três por quatro e nem me despenteio
Que eu já tô de saco cheio
(Partido alto)
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu
(Pedaço de mim)
Se você sentir saudade por favor não dê na vista
Bate palma com vontade, faz de conta que é turista
(Quem te viu, quem te vê)
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